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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

They Made Me Do It...



Há algumas postagens atrás, mais especificamente nesta postagem,  eu falei aqui a respeito do meu filme favorito, Donnie Darko.
Há anos eu venho debatendo na internet e até mesmo pessoalmente a respeito desse filme do diretor Richard Kelly. 

Houve, no inicio do filme, uma corrupção no tempo. Essa corrupção foi o aparecimento sem explicação e sem motivo da turbina que caiu no quarto de Donnie Darko.
A turbina veio de lugar nenhum, simplesmente apareceu no céu e caiu, essa é a corrupção na realidade original. Sendo assim, como proteção, uma realidade paralela foi criada, antes mesmo da turbina cair, às 00:00h do dia 02 de Outubro de 1988 para que o Receptor Vivo pudesse aprender sobre seus poderes e enviar o Artefato, para a realidade original, para que não houvesse mais a corrupção, dando assim um motivo pelo qual a turbina apareceu. Isso tudo antes que o mundo acabe, nesse caso a Realidade Tangente que será depois dos 28 dias, 6 horas, 42 minutos e 12 segundos.
Nessa realidade paralela, Donnie é o Receptor Vivo, ele foi escolhido para enviar o Artefato para o universo original. O Artefato é a turbina que caiu do céu na realidade original e que na realidade paralela também cai em sua cama, tornando-o o Receptor Vivo. O Receptor Vivo tem poderes de manipular alguns elementos da natureza, como a água e o metal dentro do Universo Tangente. A água é a barreira natural para a construção do buraco de minhoca e o metal é o material de que os Artefatos são feitos.
Vemos que Donnie tem o poder de manipular a água quando ele inunda a escola e vemos ele manipulando o metal quando ele dá uma machadada no simbolo da escola, a estatua do bulldog no pátil.
Quando um Artefato surge, todos ao redor o encaram com muita curiosidade e espanto, vide a atitude dos vizinhos e do pessoal da FAA ao ver a turbina caída na casa dos Darko.
Os Manipulados Vivos são aqueles que estão ao redor do Receptor Vivo, e eles estão expostos ao irracional, ao bizarro, esse é o infortuno resultado da tarefa de ajudar o Receptor Vivo de completar sua missão, que é enviar atravez do buraco de minhoca o Artefato para a Realidade Original. Vide a atitude de Kitty Farmer ao pedir para a mãe de Donnie para ir em seu lugar no campeonato de dança, ou quando a mesma desvia a atenção do Diretor Kelly que iria acusar Donnie pelo vandalismo, jogando toda a culpa na professora de inglês por ter feito a turma ler o livro Os Destruidores, onde um grupo de jovens inunda uma casa e incendeia outra. Note também que a professora de inglês diz para Gretchen Ross sentar ao lado do garoto que ela achar mais bonito. Gretchen, que também é um Manipulado Vivo, escolhe sentar ao lado de Donnie para poder ficar sempre próximo dele, para que ele, mais a frente, veja o futuro dela através do buraco de minhoca que sai de seu peito. Quando ela morre, ele a leva para a estrada onde ele acordara no inicio do filme e observa a turbina cair do avião onde sua mãe está e o envia para a Realidade Original.
A mesma professora escreve no quadro negro a palavra Cellar Door, do inglês Porta do Porão, e diz que é a palavra mais bela da língua inglesa. Logo assim que Donnie entra na casa de Roberta Sparrow, ele ouve em sua cabeça a voz da professora repetindo essas palavras e segue diretamente para a porta do porão onde encontra os dois "bad boys" da escola que invadiram a casa dela para roubá-la.
O Manipulado Morto, que é o Frank, tem mais poderes que o Receptor Vivo. Ele é o sujeito que morre na Realidade Tangente, e ganha o poder de contatar o Receptor Vivo através da Construção Quadri-Dimensional que é feita de água. Vide que ao redor de Frank existe um campo de força, aparentemente feito de água, que impede Donnie de tocá-lo.
O Manipulado Morto irá manipular o Receptor Vivo usando a Construção Quadri-Dimensional. Ou seja, tudo o que Frank fez foi manipular Donnie para que ele aprendesse a usar seus poderes de Receptor Vivo para enviar o Artefato para a Realidade Original.
Donnie diz para sua psicóloga que tem medo de morrer sozinho e que a busca por Deus é inútil se todos morrerem sozinhos. Ao acordar, já na Realidade Original, ele se lembra de tudo o que aconteceu na Realidade Tangente, diferente dos demais envolvidos, que tem apenas um leve vislumbre do ocorrido, ele mantém seus olhos fechados e começa a rir, pois descobriu que mesmo que morra, não o irá fazê-lo sozinho e quiçá chega a conclusão de que Deus exista. Donnie acorda sem nenhum arrependimento, sabendo que nada daquilo foi apenas um sonho e descobre que poderia morrer tendo enfrentado seu medo de morrer sozinho, diferente dos demais.

  

No mais, acredito que seja só isso, alguma duvida é só deixar um comentário que eu procuro me informar mais a respeito para responder. Acredito que essa postagem deva ajudar ao que querem entender um pouco a respeito desse filme fantástico.


A Filosofia da Viagem no Tempo, de Roberta Ann Sparrow, escrito em outubro/1944 . alguns capítulos se perderam no tempo, aparentemente .

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Wake Up, Donnie Darko!



Tudo comessou, me lembro bem, lá pra 2004, por aí, no auge das minhas locações de DVD. Lembro-me de passar por fileiras e mais fileiras de filmes e sempre ver a capa de um em que a Drew Berrymore aparecia no meio de uma miscelanea de pessoas, incluindo Patrick Swayze. Eu via aquele filme lá e ficava imaginando o quão ruim seria ele, e ainda imaginava o quão pobre e acabado estaria o ator Patrik Swayze por estar fazendo mais um filme de terror adolescente.
Lembro de tê-lo visto na prateleira uma dezena de vezes e nunca tê-lo alugado simplesmente por achar que seria um filme ruim.
Anos depois, mais ou menos em setembro de 2006, comprei um exemplar da revista SET, que em minha opinião é a melhor revista informativa a respeito de cinema que existe no mercado brasileiro. Nessa edição, havia na capa o ator Sammuel L. Jackson, com uma cobra na mão, como seu personagem no filme Serpentes à Bordo, tratado na época como um grande candidato a filme Cult. Havia também uma lista dos maiores filmes Cult de todos os tempos. E lá estava um texto e uma imagem que me perturbaram por um bom tempo.
Depois de ver esse sujeito com esse olhar levemente melancólico, carregando esse machado sem nenhum motivo aparente, fiquei curioso. Ao ler o texto, que deixa explícito a ligação desse filme com viagem no tempo [tema que me fascina desde minha infância], fiquei extremamente interessado de conhecer esse filme que tinha como nome, o título deste post.
Por um bom tempo, não conseguia tirar o nome desse filme da minha cabeça. Eu precisava assistir a esse filme que mesmo não tendo ido bem nas bilheterias americanas, se tornou um filme extremamente cultuado e defendido por seus admiradores.
Me lembro muito bem do dia em que voltei a locadora e, batendo papo com o dono da mesma, parei e pensei a respeito desse filme que não me saia da cabeça. Logo, o perguntei se o teria em sua prateleira, e pra minha surpresa, ele disse que tinha e que era o
filme que mais o deu prejuizo, pois desde que comprara o DVD apenas 3 pessoas o haviam alugado.
E para minha surpresa maior, me vem ele justamente com o DVD onde Drew Berrymore dividia a capa com Patrick Swayze, e mais uma miscelânea de pessoas.


Fiquei abismado, pois eu me lembrava de ter passado milhares de vezes em frente àquele filme e nunca tê-lo alugado. Lembro de tê-lo pego nas maos, lido sua sinopse e achado aquele filme mais um filme porcaria que eu jamais alugaria. Como eu estava errado.
Mesmo sem um real furado no bolso, eu o aluguei, já pensando em pedir os R$ 1,50 para minha veia, pois o filme se encontrava na sessão de catálogo.
Assisti ao filme com a pior dublagem existente. Me lembro que um dos dubladores se repetia no mínimo duas vezes. Algumas falas como a do jornalista na TV se misturavam com a das pessoas em primeiro plano, alem de uma parte em que a tradução não faz absolutamente ne
nhum sentido. Fora isso, a primeira vista, o filme não faz absoluto sentido, é arrastado, tem momentos em que os personagens agem com uma exasperação fora do normal.
Alem disso, um dos personagens principais era um sujeito com uma fantasia extremamente bizarra de um coelho gigante.

Frustrado, desanimado, me senti como as pessoas que assistiram esse filme no cinema e não entenderam absolutamente nada. O que diabos queria dizer Cellar Door? Cadê a viagem no tempo?
O site www.donniedarkofilm.com é tão bizarro, incompreensível e misterioso quanto o filme em si. Por vezes passei horas andando pelo site em busca de alguma dica ou explicação a respeito do filme, que depois de devolver, aluguei mais umas 3 vezes para tentar entender. Por fim, veio a luz, a compreensão, ao encontrar em uma comunidade do Orkut, as paginas em inglês do livro "Filosofia da Viagem no Tempo" por Roberta Sparrow. Livro esse que fora citado no filme. Eu o li, reli e li novamente e tudo fez sentido.
Eu percebi que esse filme era de longe o mais bem feito de todos os tempos.
Isso mesmo, e sem exagero. Não existe um a cena ao menos usada para "encher lingüiça", todas as cenas tem um motivo para estarem lá. O clima do filme, do primeiro momento, até o seu desfecho absurdamente genial, é extremamente tenso, obscuro, atormentador. Coisa que eu não via desde "O Exorcista". O filme é intencionalmente lento, arrastado, como forma de demonstrar ao espectador que existe alguma coisa errada por ali, e isso passa a ser uma dica do que realmente está acontecendo ao redor de Donnie.

O Filme:

Donnie Darko é um adolescente desajustado que vive na pequena cidade de Middlesex, Virginia. Com um estado alarmante de sonambulismo, ele é visitado em seus sonhos acordados por um sujeito vestido com uma roupa de coelho gigante que se apresenta como um viajante no tempo chamado Frank. Com o tempo, Frank o incita a cometer atos de vandalismo em sua escola, ao mesmo tempo em que o previne que o mundo irá acabar em 28 dias, 6 horas, 42 minutos e 12 segundos. A principio, a premissa pode parecer bem simples mas com o decorrer do filme, um intrincado leque de acontecimentos eleva a complexidade ao extremo, com um desfecho tão absurdo quanto fantástico.
Não vou falar mais [pelomenos nesse post] para os que se sentirem interessados a assistir, não perderem as surpresas.
Destaque para as interpretações de Jake Gylenhaal e Beth Grant. Ele com seu olhar perdido, quase catatônico, consegue se aprofundar tanto no personagem que quase acreditamos que ele é o Donnie Darko, enquanto ela, interpretando a Professora Kitty Farmer consegue ser extremamente irritante ao pedir um favor a mãe de Donnie. Beth Grant já interpretou outras personagens irritantes, como a senhora que tenta pular do ônibus e acaba caindo em Velocidade Máxima.



A Trilha Sonora:

Donnie Darko tem uma trilha sonora absurdamente facinante. Como o filme é ambientado em 1988, sua trilha sonora viaja no tempo e nos apresenta o melhor daquela época.
O filme comessa com "Killing Moon" do Echo and the Bunnyman, depois passa para uma volta pela escola ao som de "Head Over Heels" do Tears for Fears, nos faz dançar com a irmã de Donnie, o hit "Notorious" do Duran Duran passa pelo classico "Love Will Tears Us Apart" do Joy Division e encerra com a musica mais perfeita e a que mais combina com o filme, "Mad World" cantado por Gary Julles. Impossivel não sentir o peito levemente apertado ao ver Donnie Darko rindo feito um louco no final do filme ao som dessa musica tão tocante.







Depois de um tempo, o filme ganhou uma aura Cult, sendo idolatrado por jovens do mundo todo, alem de comprovar a genialidade de um diretor independente, Richard Kelly, que assina também como roteirista. Abaixo, matéria de 2003 também na revista SET, a respeito do relançamento do filme, agora na versão do diretor.

Um filme absolutamente bizarro, com personagens mais bizarros e um coelho gigante bizarro. Por que não seria meu filme favorito? =)
Agora entendem o por que de o banner do meu Blog ter a imagem alada de Donnie Darko.
Quem tiver paciência, assista o filme, você pode encontrá-lo facilmente nas Lojas Americanas, por apenas R$ 12,99!